terça-feira, 23 de outubro de 2007

Vida Íntima

Minha vida,
No fundo, no fundo, sou meio assim.
Me alegro, me entristeço.
Sambo, valso, sapateio,
Pisoteio, flutuo.
Tive várias vidas.
Tenho várias vidas.
Vidas paralelas, vidas dentro e fora.
Vidas brilhantes, vidas opacas.
Um milhão de todas elas.

Na vida que levo, estou a procura de encaixe.
Ela está sendo escrita com os olhos fechados.
Devo ter sido um marinheiro na outra.
Com um amor em cada porto.
Hoje, sou o porto dos meus amores.
Devo ter sido um bon vivant que beija a todos.
Beija os amores, beija as alegrias.
Tira a respiração das tristezas
E sela a vida.

Vida, por que falo tanto dela?
Aqui dentro sinto, às vezes, sua falta.
Então, vivo um pouco mais, para me preencher.
Meus pulmões respiram-na.
Meu coração bate por ela.
Minha essência é ela.

Na vida que terei, serei uma puta.
Que se dá, que se vende,
Que se acaba, que ri com lágrimas no rosto.
Nesta vida, deixarei marcas,
Onde eu passar.
Serei, enfim, uma mensagem,
Que ninguém entenderá.
Então, em seguida, ressurgirei como um santo,
Seguido por um séquito amigo.
Farei milagres nas vidas,
Para alimentar a luz aqui dentro.

Meu íntimo chama toda hora por vida.
E em todas as minhas,
Fui uma criança que sobreviveu.
Mas vida, quero tê-la um pouco mais que isso.
Quero que me ajude a reescrever você.

Escute:Lovely Head - Goldfrapp

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